segunda-feira, janeiro 10

Doce Novembro



Juro não saber o que me atraiu, apenas marcou, em rugosos oito anos da minha história, permaneceu na minha memória, pois em voz seca e pequenas letras assumirei, tu és meu amor platônico, como sempre o denominei.

Eu apenas sentia. Essas sinestesias do jovem associados com o primeiro amor, que tu fizeste parte de uma linda fase da minha essência, misturados com uma pitada de rebeldia, mas que fazia meus dias mais inconstantes, uma mera diversão em tempos de escola.

Durante todos aqueles anos, em que fui completamente apaixonada por um “menino-homem”, havia cerca de milhões de conjugações a serem ditas, e trilhões de palavras ao serem escutadas, houve também muitas ideologias fracassadas e gastas, tudo isso, na verdade se resumiria a uma formula matemática, só que não haveria resultado exato se não existisse uma constante.

Nunca precisei de muitas coisas, bastava apenas que tu me levasse junto para o outro lado do oceano, me guiando em forma de poemas livres, apenas numa única noite. Mas o tempo curou a diferença de idade, pensamentos e mil fatores.

Apesar do tempo, nunca tinha tirado-o da minha cabeça, mas em absoluto do meu cotidiano, teve outros amores, pequenas decepções, mas nada que fosse possível me tirar do meu mundo constante e cômodo. Eu sinceramente não vejo nenhum lado negativo nisso, era como se fosse uma parede de concreto com olhos vendados e um ouvido seletivo.

Até que num dia qualquer, depois de uma longa viagem tu apareceu, muito diferente, quando me puxou forte pelo braço, como se fosse uma supresa, enquanto estava distraída conversando, naquela festa, naquela linda noite de verão. Imediatamente lhe ofereci um lindo sorriso sincero e um abraço, em que você me levantou do chão me rodando, feito boneca. Fazendo meu coração disparar e segurar mais forte na tua blusa.

Mas eu queria sempre lhe ver como um amigo distante de infância. Com um enorme carinho. Falavamos com a boca uma do lado da outra, mas mesmo assim me comportava como se aquilo fosse uma coisa impossível, eu realmente queria acreditar que não estava acontecendo, eu estava tremula e fugindo, quando eu olhei para o lado, ele me puxou pela cintura e me beijou.

Eu por extinto começamos a rir, e a nos beijar cada vez mais, com o mais completo carinho que um sentia pelo outro. Sentir sua respiração, provar o gosto do perfume forte, poder tocar o pescoço molhado de suor enquanto deslizava os dedos na pele quente e úmida, e aleatoriamente sentir o movimento da tua boca com seus grandes lábios.

Conversamos depois de muito tempo, fizemos confissões de planos e nós éramos apenas duas pessoas no meio de uma multidão em festa, compostas por energias que faziam nossos corações vibrarem.

Mas novamente ele teve que partir para longe, e pedi para que ele trouxesse uma pedra qualquer, que ele juntasse do chão a qualquer momento e se lembrasse de um curto tempo comigo, em que fizeste parágrafos líricos, em forma de lágrimas de saudade.

E é com essa carta que me despeço repleta de sorriso do meu antigo amor inocente, deixo escrito um passado, um momento que não retornará, chegaste o momento em que agora o inesquecível, se tornará palavras e humildemente peço por novas folhas para o meu livro e uma viajem para perto de ti.

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