segunda-feira, janeiro 10

Ou sorrir, só sorrir.




Na verdade eu apenas precisava de um café e cinco minutos para resolver tudo.

Parece que foi ontem que os trocadilhos inverteriam seus sentidos, que à forma já não era mais a mesma e que eu me sentiria invocada com meus sentimentos.

Hoje resolvi fazer tudo diferente. Dormi tarde, acordei cedo. Fui caminhar pela manhã, enquanto andava apenas por andar, pensava insistentemente no mesmo assunto, que para mim era totalmente o absurdo. Mas eu precisava me decidir.

Entrei, não sei por que, numa padaria, apesar do calor que fazia, não me importei, imaginei que talvez aquilo tudo fosse passar, e que realmente era apenas pensamentos de uma pessoa que realmente estava sozinha em casa. Pedi um café expresso forte com pouco açúcar, meus desejos já começavam a me assustar. No primeiro gole o café estava quente, em seguida, senti o gosto amargo, mas mesmo assim, foi uma espécie de anestésico para uma alma perdida. Realmente estava quente.

Eu observava as pessoas, colocava as mãos sobre a cabeça, numa tentativa em vão de conhecer a essência, de analisar os fatos, esquecer o tempo, não era realmente necessário pensar naquela madrugada composto de um sol gritante. Como dizia Caio Fernando Abreu: “Tome mais um café, fume outro cigarro, qualquer coisa assim. Foi exatamente há um ano, na lua cheia de maio. Depois, nunca mais. Por onde você tem andado, baby?”

Essa espera árdua, perpendicular a minha cabeça, comecei a passar mal. Não sei o que aconteceu, só sei que era difícil, eu realmente queria parar de pensar, dialogava comigo mesma, fui franca, honesta, e sabia que não poderia omitir nada, nenhuma espécie de sentimento haveria saída. É sempre mais fácil escrever e lá numa página ler e se reencontrar, talvez eu tivesse perdido o rumo, ou teria medo de saber que encontrei o caminho certo.

Foi aí que chamei o garçom, pedi mais um café e uma caneta, peguei uma folha da minha bolsa e conclui apenas que eu poderia resumir, para mim também era necessário, mas nem sempre foi suficiente. Era realmente mais fácil continuar sendo constante e contraditória, do que me tornar vulnerável à outra pessoa. Quero parar de estragar surpresas, quero falar menos, quero me apaixonar mais vezes.

Foi uma longa manhã.

Um comentário:

  1. Todo ciclo tem seu final. Todo final indica um novo começo. Se ontem ser é questão de sentimentos distintos, hoje talvez todos os pensamentos nem sequer importe e a vida te jogue no incerto para resgatar algum dos tantos eus dentro de si.

    Adoreii..

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