domingo, outubro 21


Entendi o que passa pela tua cabeça. É viver cada pessoa, como se na hora tu realmente amasse. Mas passa, depois de sair pela porta, passa. Se passar pela porta é porque não quer amar, mas quer ser amado. E passou.

quinta-feira, junho 30

"Depois de todas as tempestades e naufrágios"


Às vezes fico tentando decifrar minha vida, que de pacata não tem nada. Não sei se é pelo meu jeito, ou pela vida que levo. Ou simplesmente uma união dos meus signos regentes.

Perco chaves o tempo inteiro, eu conheço uma pessoa pelos seus olhos. Tenho medo de amar e de não querer desistir desse amor. “eu não sou tão difícil de ler”...

Não sei ser sexy e por mais que eu insista não sei contar piadas. Quase sempre previsível. Gosto de trocar os móveis de lugar e de batons vermelhos de todas as tonalidades.

Tenho orgulho das minhas tatuagens que fiz com 15 anos. E preciso de um mp4 novo. Eu odeio pagar contas e odeio muita gente também. Não sou “meio”, sou inteira. Aprendi a não esconder sentimentos, e de não sofrer sem ter certeza.

Uso o mesmo perfume há anos. Aprendi a fazer tricô pelo youtube. Eu leio meu horóscopo todo dia. Nunca fui de não querer fazer nada, eu sempre quis fazer tudo ao mesmo tempo. Se eu pudesse escolher não fumaria, mas adoro fumar. Não posso ler livros de auto-ajuda, eu levo tudo ao pé da letra.

Gosto de ter minhas coisas organizadas, mas nunca consegui manter. Quero casar na igreja de branco, ter três meninos e ter natais repletos de amigos e muito metal.

Não gosto de relacionamento forçados e adoro invernos calorosos. Já tive mania de fazer numerologia com placa de carros em viagens. Não sei mais se conseguiria viver sem sacada.

Apesar de tudo, também vi que não tenho tanto azar. Mas não posso negar que não tenho.

Sempre tenho histórias pra contar, poucas pessoas sabem de toda a minha vida. Já me falaram que eu sou cativante.

E como dizia Caio F. Abreu: - “Acho que fiz tudo do jeito melhor, meio torto, talvez, mas tenho tentado da maneira mais bonita que sei...”

Eu gosto da minha vida, eu gosto de ser assim.

sábado, abril 23

Eram 12 meses


Parecia filme, as coisas aconteciam e eu só queria lembrá-las, em qualquer lugar, num papel, numa carta. Tudo era diferente, divertido, as coisas aconteciam na mesma hora, alegre, da minha maneira.

Novas histórias e planejamentos acompanhavam a mesma rotina. Uma liberdade e uma vontade, que faziam as coisas chegarem até minhas mãos.

As magoas iam e voltavam. As lembranças surgiam do nada, mas logo eram esquecidas. E percebia pelas carteiras de Marlboro/ Luck Strick/ Free/ Hilton/ Qualquer porcaria, que se iam para o lixo vazias. O tempo passava. Haviam segundas-feiras divertidas e sextas-feiras desaminadas. Havia movimento, havia sorrisos, havia cervejas, havia almas, havia mudanças.

Poucos amigos se distanciavam, mas sei que em coração estaremos juntos. Outros surgiam devagar e hoje não saberia viver sem. Algumas me decepcionaram, magoaram e me fizeram sentir raiva, como qualquer outra vida.

Sete cores de cabelo, mudanças no manequim e maneiras de pensar. Mudança de apartamento, de móveis, de vida. E um pensamento: - Quanta coisa poderia ser contada, e feita de um modo mais paciente. Mas sinceramente, não mudaria nada nesses curtos meses. Nada poderia mudar toda essa vivacidade, uma maravilha de ano.

Havia algumas lembranças. Havia lembrança da pia de mármore, com a inocência e a delicia que nunca mais voltará, nem mesmo no dia que se concretizou. Espontâneo, meio livre. Havia a lembrança do primeiro beijo, mais ou menos, um ano atrás. Havia conversas de esperar o frio e abraços, que foram prometidos. Havia amizade e paixão, que hoje é pra vida inteira. Havia três paixões, em doze meses.

O ventilador girava, a luz estava queimada. Estava à luz de velas. A cama desmontada, o cheiro do cigarro e a lembrança do mesmo dia de hoje. Era outono. É calmo. O tempo está sendo gentil. As pegadas mais lentas, a vida mais louca e as coisas mais serenas e eu ainda era engraçada.

Mas é melhor deixar as coisas como estão, por enquanto, está tudo bem.

quarta-feira, abril 13

02:23 am

Na verdade, o que é que sentimos? Aquele aperto, aquele ciúmes, aquela tristeza, aquela ilusão, aquela raiva, aquele pensamento antes de dormir, imaginando. Sentimentos e racionalidade são inevitáveis. Como se numa balança mental, imaginássemos nós mesmos pesados, no fundo, ou seja, na merda. Talvez uma desculpa para fugir da realidade. O amor é o sentimento que tem sinônimo informal de problema.

Esse sentimento, às vezes que “pré-sinto” não pode ser amor. Se amor existe mesmo, deve ser uma definição de caráter recíproco entre duas pessoas. Ou que adquiriu com certa maturidade, capaz de aturar certos tipos de comportamentos.

Não quero fazer nenhuma indagação filosófica, se o amor existe ou não. Prefiro pensar que problemas (problemas=amor) são essenciais para nos manter num equilíbrio com a insanidade e a realidade. Fazendo com que, fuja da realidade para um mundo ilusório.

Falaram-me, que só se ama uma vez; Mas penso que poderiamos amar de várias maneiras, várias outras pessoas. Parece que precisamos criar uma ilusão na nossa cabeça, de um estereótipo de uma pessoa, PARA NÃO ENLOUQUECERMOS e enfim, seguir em frente.

Pois o triste não é a pessoa lhe dizer não, mas estragar nossos lindos “filmezinhos” medíocres, criado de uma cabeça romântica e fértil, de que alguma coisa PODERIA acontecer. E mesmo que sem querer, essa pessoa “amada” consiga esmagar todas as esperanças, fazendo sofrer e gostar mais ainda e sentir raiva de si mesmo.

Às vezes me pergunto: Qual será o segredo, para agüentar/viver com uma pessoa por 50 anos? Respeito e confiança?! Prazer sexual?! Liberdade?! Conveniência?! Medo da solidão?!

Mais triste, que chorar por um amor que nunca vira, é ser vazia e fria. Por isso sofro, com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, com uma única explicação: - Não quero enlouquecer.

“Lässt sich fallen, weich wie Schnee

Erst wird es Heiss, dann Kalt, am Ende tut es weh”

Amour - Rammstein

quarta-feira, março 30

Um dia frio



O perfume não era mais o mesmo. Não sentia como antes. Parece que estava imune ao veneno misterioso daquele moço. Já sabia de tantas coisas e de mais outras, que me assustaram. Mas ainda precisava dele, precisava sentir ele por perto, mas o que acontecia era ele, me perseguindo constantemente em minha cabeça fantasiosa, que me fazia encantar por alguma coisa, que com certeza que não era ele por inteiro.

E agora. Isso significa que devo ir embora??? Que devo seguir em frente? Que eu vou ter que caminhar tudo de novo? O que fazer com tudo que me dividiu, me fazendo voltar? Não era apenas um livro, era uma delícia. Daqueles diferentes do que eu tive, era impossível, era divertido, era como um dia frio.

Do que adianta dizer basta, se meu extinto contraditório diz quero mais. É um ato falho, ou não? Descobri que estou completamente perdida, por gostar de uma pessoa, que no fundo está mais perdida que eu. Como eu posso sentir falta de uma pessoa que está o tempo todo na minha cabeça? Como eu posso me torturar dessa maneira?

Como se meus passos fossem propósitos para desencontros, sabendo que iria encontrar suspeitas, como se eu estivesse "empreitando as fechaduras", observando de longe, o meu amor imaginário.

Na verdade, sinto o que não quero sentir, sinto, pois não posso ter e por não querer estar... E estando não sei se fui feliz. Mas ao mesmo tempo em que preciso ir, acabo ficando e insistentemente acabo resistindo não às tuas garras, mas pelo que eu sinto.

E de que adianta sentir? Vai chegar a algum lugar? Não quero fazer parte do pedestal que te deram. Tu sabes que pra mim tudo é muito diferente, somos nada. Foi tudo muito devagar, sem perceber, como diz Caio F. "Entenda bem: não me veja tentando reatar uma história de amor já bastante espatifada (ou talvez sim, mas você não me deu chance e a coisa mais saudável que eu podia fazer era entrar noutra). Acontece que, com ou sem cama, gosto profundamente de você."

E quando tudo isso irá acabar, baby?

Nós falhamos, meu bem.


terça-feira, março 8

Caio e eu


"Ah. Menina, o que foi que foi que aconteceu com você? O que foi que fizeram com você? Eu não sei, eu não entendo. Roubaram a minha alegria, Tiamelinha quando foi pra clínica só dizia isso: roubaram a minha alegria, é tudo uma farsa, aquele olho desmaiado, é tudo uma farsa, roubaram a minha alegria. A primavera, o vento, esperei tanto por essa margarida, e veja só. Atrofiada. Aleijada. As pedras frias do chão da cozinha , rolar nua neste chão, qualquer dia faço uma loucura, faz nada, você está nessa marcação faz mais de dez anos. Mais de dez anos. A gente se entrega nas menores coisas. "

Caio F. Abreu

terça-feira, fevereiro 15

O café derrubado sobre a calça, a porta do banheiro batia constantemente...



Apesar de tudo, nada me tirava o foco.

Faixas amarelas intercaladas, em cima do asfalto. As cascas das árvores eram secas, o que previa que o inverno haveria de ser seco e muito rigoroso, a grama era muito verde, um verde claríssimo demais para o verão do sul. Existiam também pinheiros, eucaliptos e de quem não duvide muitas ervas, que compunham o cheiro puro de campo, nesta longa estrada.

Para que entendas melhor estava sentada na poltrona 41, tenho o costume de sempre estar no mesmo lugar, portanto na janela. Nunca gostei de viajar pela manhã, mas por falta de dinheiro descobri que a vista é muito bela neste horário. Passei a noite em claro, com medo de perder o ônibus, pois basicamente não tinha dinheiro para outro horário. São exatamente 8:07 am, enquanto escrevo, dentro do ônibus.

Eu pretendia fazer alguma coisa diferente, comecei vendo um filme, mas uma senhora com uma religião muito extremista, quando olhou para a tela do computador, prontamente retirou-se do meu lado com saia comprida e seu cabelo maior ainda, então provavelmente nem irei citar o que estava vendo. Que deus me perdoe!

Enquanto as coisas aconteciam, e eu era apenas uma coadjuvante, a cada instante olhava para a janela e os verdes mesclavam com minhas idéias a procura de palavras que pudessem expressar aquilo que estava sentindo. Envolvendo a bagunça que tinha dentro de mim, e sendo bem prática e racional, para colocar enquando tempo haveria para reorganizar tudo. Pensava em tudo, mas sem razão alguma, não poderia fazer nada para mudar tudo aquilo que se machucava dentro de mim.

O tempo passava, e eu nunca chegava ao meu destino. E eu só me torturava. Mas a penumbra de fora de confortava, o cheiro do nada, me absolvia e o frio do amanhecer congelava-me. As rimas eram suaves, como eu, e de alguma maneira aquilo tudo tinha um contexto diferente.

Na verdade absoluta, como diz minha inspiradora Lya Luft - “Andamos tão desencantados que ser decente parece virtude, ser honesto ganha medalha e ser mais ou menos coerente merece aplausos”.

E querem realmente saber, acho que não entendo mais porcaria nenhuma do que acontece, e mesmo assim os "precisos", foram me consumindo ainda mais. Chegando a um simples portanto, para acabar não me tornando uma pessoa fria, calculista e sem coração.

Preciso afastar todos de mim, para que eu consiga encontrar... Isso não é só uma simples metáfora, realmente é o que eu preciso. Quero me escutar, quero ficar longe de todos. Quero estar “em off”. Em off tem significado informal de ser reservadamente, em particular, em caráter de exceção. Entro agora definitivamente em meu mundo, no meu infinito particular, no sentido singular da exceção.

Mas mando notícias em breve baby.