sábado, abril 23

Eram 12 meses


Parecia filme, as coisas aconteciam e eu só queria lembrá-las, em qualquer lugar, num papel, numa carta. Tudo era diferente, divertido, as coisas aconteciam na mesma hora, alegre, da minha maneira.

Novas histórias e planejamentos acompanhavam a mesma rotina. Uma liberdade e uma vontade, que faziam as coisas chegarem até minhas mãos.

As magoas iam e voltavam. As lembranças surgiam do nada, mas logo eram esquecidas. E percebia pelas carteiras de Marlboro/ Luck Strick/ Free/ Hilton/ Qualquer porcaria, que se iam para o lixo vazias. O tempo passava. Haviam segundas-feiras divertidas e sextas-feiras desaminadas. Havia movimento, havia sorrisos, havia cervejas, havia almas, havia mudanças.

Poucos amigos se distanciavam, mas sei que em coração estaremos juntos. Outros surgiam devagar e hoje não saberia viver sem. Algumas me decepcionaram, magoaram e me fizeram sentir raiva, como qualquer outra vida.

Sete cores de cabelo, mudanças no manequim e maneiras de pensar. Mudança de apartamento, de móveis, de vida. E um pensamento: - Quanta coisa poderia ser contada, e feita de um modo mais paciente. Mas sinceramente, não mudaria nada nesses curtos meses. Nada poderia mudar toda essa vivacidade, uma maravilha de ano.

Havia algumas lembranças. Havia lembrança da pia de mármore, com a inocência e a delicia que nunca mais voltará, nem mesmo no dia que se concretizou. Espontâneo, meio livre. Havia a lembrança do primeiro beijo, mais ou menos, um ano atrás. Havia conversas de esperar o frio e abraços, que foram prometidos. Havia amizade e paixão, que hoje é pra vida inteira. Havia três paixões, em doze meses.

O ventilador girava, a luz estava queimada. Estava à luz de velas. A cama desmontada, o cheiro do cigarro e a lembrança do mesmo dia de hoje. Era outono. É calmo. O tempo está sendo gentil. As pegadas mais lentas, a vida mais louca e as coisas mais serenas e eu ainda era engraçada.

Mas é melhor deixar as coisas como estão, por enquanto, está tudo bem.

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