sexta-feira, outubro 15

Desvaneios da rota



Na maré que corre ao fundo, no meu rosto aquele despencar de gestos desesperados no compasso do meu sexo, sem arrependimentos mas acordando com vontade. Devaneios enferrujados na imensidão do veneno daquele batom, encaixando-se perfeitamente em mistérios de lembranças vagas. Sufoquei entre o despertar dos séculos, das essências dos devaneios que preenchia as rotas do mistério, do meu antes e no que realmente sou. Caminhos errantes ou não? E qual seria o tamanho da imensidão da vida, ou da morte? Qual seria o valor da rotação das nossas cenas? Dos mundanos acontecimentos de que nós “fracos” seguimos a repetir? Sou impura, concordo. Mas tu também és. Dentre porcarias vagas que alastram a nossa sujeira, até as águas que escondem tudo por traz da velha suavidade dos tempos. Preenchendo cantos, vazios, vergonha. Grito, com uma dor que só eu sinto, numa tentativa desesperadora de encaixar a vida numa ébria manhã de sexta-feira. E em silêncio ainda peço por compaixão.

Um comentário:

  1. Deito na calçada e assito o passado, em lembranças duras, desabar sobre minha cabeça e, logo penso no que restou de mim que possa chamar de EU. O tempo passa e escorre pelas ruas, levando a essência da vida humana..

    Gostei pra variar =]

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